segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Mysen, 18 Fevereiro 2008, 18h04

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Ouço Hard Sun, do nosso caro amigo que teve a gentileza de fundar, com alguns amigos, os Pearl Jam. A música é da banda sonora dum filme que, apesar de nunca ter visto, acho que me vai fazer muito sentido. “Into The Wild”. É a estória verídica dum rapaz que decide deixar tudo e ir para o Alasca. Tanto quanto eu sei. Procurem o trailer no youtube ou vejam o filme. Depois digam-me como foi.

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E sobre dizer como foi… no Domingo anterior ao último lavei a minha roupa. Pois não sei o que fiz, que quando tirei a roupa da máquina esta tinha-me roubado metade da cor de cada peça! Estranho… Deixei 45 minutos a 60 graus, se não me engano. Fiz algo de errado? Aceitam-se sugestões. Quem sabe pus demasiado… aquilo que se põe… o pó e o líquido.

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Estou a sentir-me com alguma paz. É um sentimento distinto dos que tenho descrito na euforia pós-corrida. Simplesmente, bem. O corpo queixa-se um pouco, mas está quentinho (cá dentro), ouço um bom cd, e escrevo um bocadinho.

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Hoje de manhã acordei, como tinha planeado, mais cedo, e fui à reunião matinal. Foi breve, correu bem, com as gargalhadas do costume. De seguida continuei a ler o livro sobre CTs de 450 páginas, que finalmente acabei. Reuni-me com Tr, e alinhavámos a semana e discutimos alguns assuntos referentes à prática da casa. Depois do almoço voltei a reunir-me com ele. Falamos do ASI, da sua importância, e pedi-lhe para ligar para a escola de línguas, em Askim. Assim o fez, e receberei aqui, por correio, tudo para me poder inscrever. O curso fica em 210 euros (1 vez por semana, 3h, de 3/3 a 5/5), mais os livros. Em princípio a Universidade paga, portanto não problema. Contudo, acho que mesmo que não pagasse iria.

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A dada altura pergunto a Tr se, caso conseguisse dominar a língua, haveria a possibilidade de ficar a trabalhar aqui. O assunto já tinha surgido, mas nunca tinha realmente perguntado. Ele disse que sim, em princípio sim, e até que o governo insistia para empregarem um psicólogo, e que eles tinham concorrido, mas mais para dizerem que tinha concorrido. Disse-lhe que, honestamente, preferia trabalhar em Portugal, ainda que ganhasse muito menos, mas que preferia trabalhar na Noruega como psicólogo num ramo que tanto me apraz, que em Portugal noutra coisa qualquer. Ele percebeu, claro, esta minha prioridade. Porém, disse ainda que, se no final o orientador achasse que eu era alguém que realmente tinha feito um bom trabalho, poderia investigar se haveria alguma CT, mais perto de Portugal, como a Espanha, por exemplo, ou a Inglaterra, que precisasse dum psicólogo e avaliar a hipótese. Em 3 segundos procurei dentro de mim se isto seria algo parecido com uma cunha, coisa que sempre me repugnou de certa forma, mas descobri que não. É diferente cunha, por ser enteado, ou recomendação, por se ter feito um bom trabalho. De qualquer maneira… quando me disse isto, fiquei um bocado pensativo. Não faço grande caso, nem ando a chorar pelos cantos, claro, mas como já tantas vezes disse, não queria ficar aqui por tempo indeterminado. Se aparecesse aqui alguém ao meu lado e dissesse: “Peter, é o seguinte, ficas aí… vá lá, dois anitos, e depois vais arranjar um trabalho fixe em Portugal”, eu dizia “Tá-se bem ó Anjo!”. Fico à espera.

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Depois disto vim ao meu escritório, e aparece Tb, perguntando se eu não queria juntar-me a uma reunião bi-diária que fazem, onde avaliam o estado dos residentes um a um. Disse que sim. Chegamos passado um quarto de hora de ter começado, e pareceu-me que realmente estavam a discutir um caso qualquer. Porém, apesar da barreira linguística, senti a conversa desviar-se e centrar-se nas peripécias de Th, recém-chegado da Índia. Apenas durou mais quinze minutos. Falaram-me bem deste Th, como alguém que muito percebe de CT e muito tem para ensinar. Acho que tem 40 e tal mas parece, como me tinham dito, bastante mais novo. Acho que ninguém ia concordar comigo, mas parece uma versão handsome do William H. Macy!

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Depois da reunião fui dar a minha corrida do costume. Banho tomado, jantei, e vi as minhas séries. Agora são 18h46, e tenho muito norueguês para pôr em dia. Bem, esta última frase parece-me algo traiçoeira. Parece-me algo que uma prostituta em Oslo poderia dizer. Bem, esqueçam, estou a debandar…

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18h47


2 comentários:

Ana disse...

Gosto muito de vir aqui.
O teu cantinho eh tao aconchegante tao real que me imagino a espreitar por cima do teu ombro enquanto escreves.
Vou voltar sempre.

Ana disse...

Ah! Esqueci-me de te dizer que quanto a roupa que ficou tutti-frutti, deixa la que nao es o unico, isso ja me aconteceu "N" vezes.
Acho que deves ter posto roupa branca com roupas que largam tinta, e isso eh desastre na certa.
Boa sorte para a proxima.