terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Snow Trip - 1

Lillehammer, 29 Janeiro 08, 23h28

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Uma coisa que me esqueci de referir ontem e que me deixou um pouco admirado. Estava eu não sei onde, e dizem-me que o técnico 1 (T1) queria falar comigo. Vou ao encontro do mesmo, e vejo uma pessoa de 70 anos a subir as escadas, vindo na minha direcção. Apresento-me, diz que quer falar comigo, e diz-me para o seguir. Abre um armário, de onde tira uma catrefada de porta-chaves com o símbolo da Phoenix, que me entrega. Até então estava a parecer-me alguém não muito simpático… pois sigo-o, sentamo-nos no escritório, e começamos a conversas. Diz-me que se reformou há 6 anos, mas de vez em quando vem fazer noite à CT, quando lhe pedem. Fala num inglês perfeitamente compreensível, o que é admirável para uma pessoa de 70 anos, creio. O mais admirável é quando me diz que trabalhou cerca de 50 anos, tendo começado aos 14 anos! Nesta altura penso que estes gajos já devem vir com um chip de inglês na cabeça! Deu-me a chave do quarto, dizendo que ninguém me roubaria nada, mas para ainda assim o manter fechado, mas isto depois de conversarmos sobre a sua reforma, as suas viagens de mota pela Noruega, cidades, os Jogos Olímpicos de Inverno e outros assuntos. Gostei do homem…

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Sobre a CT e o seu funcionamento, 2 pormenores que me esqueci de referir quando a descrevi. Concerteza muitos ainda virão… O primeiro é o facto de, no andar de baixo do edifício principal ter uma pequena árvore de madeira pregada na parede. Até aqui tudo normal. O engraçado é que, pendurada na mesma, dentro da parte verde, estão umas 40 plaquinhas em forma de folha, representando cada folha um residente. Nenhuma representa nenhum em particular, mas todas representam todos. As folhas têm dois lados: um verde, naturalmente, e um amarelo. O objectivo é quando um residente acha que se sente num mau período pega numa folha e vira-a ao contrário, ficando do lado em que está amarela. Mais tarde discutem e conversam sobre o assunto. A árvore que vi tinha duas folhas amarelas. Outra pormenor interessante é o facto de cada utente ter um “irmão mais velho”, e mais tarde terá um “irmão mais novo”. Já tinha lido sobre isto. Apesar de toda a gente ajudar toda a gente, o irmão mais velho é aquele que dá a ajuda extra, que tem atenção extra… ah, e partilham o quarto.

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Hoje.

Hoje o despertador começou a chorar às 7h30. Com jeitinho, dei-lhe um toquezinho, e pedi para me lembrar um pouco mais tarde. Acedeu, e lá acordei às 8h. Deixamos Mysen por volta das 12h. Era para ir com 1, para na viagem me ensinar NR, mas quando chegamos ao autocarro não havia já lugares duplos, pelo que fiquei num sítio qualquer. Vi um filme quase todo durante mais ou menos uma hora e meia (Domino), mas não acabei porque era um bocado confuso, e nem sempre conseguia ouvir, pelo que se perdia o fio à meada rapidamente. Foi porreiro reparar que, quase quilómetro após quilómetro, a neve aumentava um centímetro. Isto tudo até chegarmos a Lillehammer. Ao chegar, aponto a minha vista para cima, e vejo descidas enormes, com uns pequenos pontos, lá ao fundo, a descer as pistas como se nada fosse.

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Fomos para o Hotel, que apesar de não ser sumptuoso, era agradável. Gostei do meu quarto, que era bastante grande, e tinha uma paisagem muito porreira. Verdade seja dita, seria difícil não ter, já que para onde quer que se olhasse ali, ver-se-ia neve e montanha.

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Depois de nos instalarmos reunimo-nos para jantar, e após isto reunimo-nos numa sala para nos apresentarmos. Isto porque estava toda a gente do programa, desde a Fase 1 à Fase 4, sendo nós cerca de 50. Comecei a dar os meus passos em NR e apresentei-me na mesma língua. Claro que só disse ser o Pedro e vir de Pt, mas pronto. O resto da noite passou-se na sala, entre conversas aqui e ali, até que fui para o quarto.

Fotos - 8







Mysen, 28 Janeiro 08, 23h31

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Hoje acordei às 7h da manhã. Foi difícil. Especialmente porque tenho tido bastante dificuldade em adormecer. Basta dizer que na primeira noite, a determinado momento acordei e estava a dormir ao contrário, isto é, a cabeça estava no mesmo sítio onde tinham estado os pés. Verdade! É p’rai a terceira vez que isto me aconteceu, desde sempre. Pensando bem, uma vez, em VLC acordei dentro do guarda-vestidos. Verdade, verdadinha… nesta última noite demorei à vontade uma hora e meia a deixar o mundo terrestre. Após ter tomado banho e não lavar os dentes (já explico) fui tomar o pequeno-almoço. Não tomei com os residentes porque acho que eles o fazem por volta das 7. Pequeno-almoço tomado, mergulhei um pouco no livro sobre TC, vi os meus mails, e fui de seguida ter com o orientador, que estava com o terapeuta 1 e 2 (mais uma vez lembro que em diferentes textos, o mesmo número pode ser gente diferente). Feitas as apresentações, retirei-me com o T1, com quem vou trabalhar nestes próximos dois meses, na primeira fase do tratamento, a motivação. Depois salto para a segunda (3º e 4º mês) e finalmente para a terceira, se não estou enganado.

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O T1 apresenta-se como uma pessoa bastante simpática, nos seus 40s, e que, imagino, quem sabe arrancaria uns suspiros às almas lusas femininas. Vamos até o seu escritório, onde conversamos um pouco sobre isto e sobre aquilo, e onde ele me vai dizendo, muito por alto o que vamos fazer. Diz que, na medida em que amanhã vou partir por 3 dias, não vale a pena estar já a alinhavar tudo, e que o podemos fazer quando chegar, na Sexta. Pois vou embora por 3 dias… O melhor é que, não só vou com os residentes e 2 ou 3 membros do Staff, como vamos para a montanha, a umas 5h de carro daqui para Norte. Vamos fazer ski (para mim será mais snowboard). Disseram-me mal cheguei, que tinham marcado um quarto no hotel para mim, com pequeno-almoço e jantar incluído. Após o momento de surpresa, a minha mete foi forçada a pensar nos custos. Pensei: “Até 500 euros, que se lixe, sempre estou aqui e estou… não é propriamente o mesmo que ir para a Estrela…”. Mas, como não custa nada imaginar, questionei se teria de pagar. Da primeira vez que falei com o orientador, pensei em perguntar se tinha de pagar, mas achei que poderia ser um bocado cara de pau. Já estou aqui a dormir e comer à borla… Hoje, porém, dei a volta à questão, e em vez de perguntar se teria de pagar, perguntei ao T1 quanto pagaria. Ele levanta as sobrancelhas, faz uma pausa de 2 segundos, eu olho para ele e imagino, bem lá atrás na minha mente, o rufar (é assim que se diz?). “Well, nothing, I guess. You’re going as a member of the staff.” – bem, perfeito. Espero que o “I guess” dele seja uma certeza. Eventualmente será. Como dizia, é uma pessoa bastante simpática, acessível, divertido e vivido. Quando perguntei se era psicólogo, diz-me que é um ex-residente. Este agarrado ao mundo de onde agora ajuda os outros sair durante 17 anos. Tenho vindo a perceber que, e tal como tinha lido no livro de CTs, que muitas das pessoas do Staff aqui são ex-residentes. Porreiro. Seguindo a conversa sobre a viagem à neve, alertou-me para o frio, e perguntou-me 14 vezes se eu tinha roupa apropriada. Eu, claro, após pensar meio segundo, disse que sim. Pois eis que o T1, como nórdico que é, me questiona acerca das calças. “Pois tudo o que eu tenho são calças de ganga. E depois?” – penso. Pois a ganga é à prova de água, toda a gente sabe, certo? Bem a verdade é que cheguei à conclusão que teria de comprar umas calças impermeáveis. Contudo, tenho uma desculpa! É que isto de viver num país nórdico é uma experiência completamente nova para mim!

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Descemos do seu consultório, e foi-me apresentando aos membros do Staff que iam aparecendo, e que, sorrindo, me esticavam a mão, dizendo um qualquer nome que eu me esforçava por recordar, algumas vezes em vão. Sigo-o até um gabinete, onde tem uma conversa nessa bela língua que é o “noruego” com um rapaz de pêra. Mais tarde explica-me que ele trabalhava na CT, mas que tinha um problema com audição, arranjou outra coisa, e ia sair. Num segundo imaginei-me a tomar o lugar dele. Não era perfeito, perfeito seria em Portugal. Porém, apesar de apenas estar aqui há 3 ou 4 dias, já me sentia aqui bem. Acho que me apaixono com facilidade…

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Vamos de seguida para outro gabinete, onde após nos servirmos de um café (“Well, it’s not portuguese coffee”), nos sentamos, e me pergunta em que mais me pode ajudar e esclarecer. Ah, ia-me esquecendo. Não sei se referi no texto anterior, mas o orientador, sabendo que eu escrevia, perguntou-me de que maneira, usando esse… gosto (ainda não posso dizer “talento”… mais 10 anitos e ‘tou lá), poderia ajudar os utentes, fosse de que maneira fosse. Eu lembrei-me de organizar um concurso de poesia livre, onde mais tarde seriam distinguidos os melhores 3, por exemplo, recompensados com algo pequeno. Poderiam escrever em Norueguês, e após tradução por alguém bilingue, eu não me importava de ler todos e ser o juro. Lembrei-me ainda que, caso achassem que, ainda que suave, introduzir a competição não fosse saudável, poderia ser apenas um desafio, para mais tarde termos um belo serão, onde cada um poderia ler o que escrevera. O T1, à medida que eu ia falando ia abrindo um pouco os lábios, esboçando um sorriso, e no final concluiu dizendo que gostara da ideia, e que poderíamos seguir com isto.

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De qualquer maneira, o orientador junta-se a nós e ficamos mais uma meia hora a conversar sobre algumas diferenças de métodos. Pelo que disseram, aqui não fazem testes de urina aos residentes após virem de fim-se-semana. Tampouco os fazem tomar antagonistas. Dizem que instauraria um clima de desconfiança. Fiquei a pensar nisso. Em Portugal fazemos. Mas não sei se algum dos métodos estará necessariamente errado. Há diferenças entre a população. Por exemplo, pelo que me foi dado a perceber, não me lembro de ter visto alguém a interromper alguém, alguém a “picar” alguém, gritos, coisas assim. Está claro que não falo Nr, mas se há coisas que se percebem pela linguagem corporal, são estas. Outra diferença é que os residentes fazem bastantes reuniões sozinhos, sem Staff. Hoje, a determinada altura estava no meu escritório, e reuniram-se na sala de convívio, de onde de vez em quando chegava até mim um qualquer som, dito por todos ao mesmo tempo, qual templo. Achei interessante. Está, a meu ver, relacionado com o facto dos utentes nas fases mais finais do programa terem papéis que se equiparam aos papéis dos membros da equipa técnica. Se não estou em erro, quem orientava algumas das reuniões dos grupos mais novo era um residente mais velho.

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Após o almoço, fui, juntamente com os residentes (estes em grupos de dois; claro que me juntei apenas a um) ao centro. Gostei da viagem porque passeia toda a conversar com o 1, não sobre trivialidades, mas sobre a sua VIDA e a experiência com drogas.

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A determinada altura, quase parecia como se tivesse sido de propósito para ver algo que tinha aprendido no dia anterior. É que na primeira loja onde fomos trabalhava, em voluntariado, um utente da Fase 2 (a Fase 1 tem, em si, 3 fases, e dura um ano), e na segunda loja estava a trabalhar, já a ganhar, uma utente em Fase 3. Como eu tinha outras coisas para comprar, eles voltaram e eu fiquei pela vila. Tinha de comprar coisas como pasta de dentes (daí não lavar os dentes há 3 dias…), creme de barbear, champô (isso pedia emprestado), etc. mais tarde, ao voltar, quase agradeci vir sozinho. Foi algo que notei em Liverpool. E mais ainda hoje de tarde. Em Liverpool pensei, e até com eles comentei, que caminham bastante depressa. Pois aqui, meus amigos, parece que estão num campeonato de marcha! Eu quase ficava ofegante! Paulo e João (os Pernas Longas), estes metiam-vos num bolso…

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Quando chegamos sei, por alguém, que o jantar era às 16h30. Pensei que tinha percebido mal. Mas depois tudo começou a fazer sentido. Pensei que, no primeiro dia tinha sido às 18h, no segundo às 17h, e agora… Das duas uma… ou era um processo lento de, simplesmente eliminar o jantar, ou iam sempre comendo cada vez mais cedo, até que a determinada altura dava a volta e já estavam a comer a horas decentes outra vez! Esse meu jantar foi composto por 3 fatias de pão com queijo e fiambre. É que chego às 16h40 e dizem-me que o jantar já tinha acabado! “Estes gajos são o preconceito em figura de gente!” – penso – “Então é às 16h30, um gajo chega às 16h40 e já acabou?!”. Mais tarde percebi o porquê. O meu computador, o LuiGi, tem o seu quê de patriota, e deve ter-se sentido quando mudei a hora, e voltou a mudá-la. Muito independente. Espero que agora estabilize. Outra coisa que começo a perceber, é todo este sistema alimentar. Descobri hoje uma refeição nova! P’rai às 20h30 eles têm o que nós temos ao lanche, às 17h, portanto. Pão, flocos, geleia, e afins. E às 17h, eles têm o que nós temos às 20h30. Carne, arroz, e afins. Pensando bem, eles é que estão certos, se pensarmos naquela ideia de que à noite se deve comer pouco e não sei quê. Adoptava este costume? Pois sim... (foi irónico…) (não) (nunca)

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Depois desta refeição tiveram mais uma reunião. Eu estava no meu escritório, que é em frente à sala de convívio. Por um lado, ainda que não fosse perceber o que era dito, queria estar lá. Por outro lado, tenho de pensar que se não estivesse a viver aqui, faria, certamente, das 8h às 16h. Claro que não será assim tão estanque, mas é importante manter isto em mente. Pois assim fiquei navegando na net, a actualizar o currículo e procurar o futuro…

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Há coisas que começo a perceber e a sentir, mas do tipo de coisas que não se publicam num blog, pelas razões já referidas.

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0h23

olá!

Fotos - 7

do meu quarto

farts?!

as minhas compras... 2 cadernos, uma afia, 2 blocos post-it, uma borracha, pasta de dentes, lápis, gorro, calças, champô, creme de barbear, cacau, um par de óculos, um sabonete e uma prenda p'ró Kidus. 100 euros tudo acho...

o chico versão neve... só faltam as calças...

o meu escritório

domingo, 27 de janeiro de 2008

Primeiro Domingo

[mais abaixo podem ver um vídeo em Anfield]

Mysen, 27 Janeiro 08, 20h34

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Começo a perceber que falar Norueguês não vai ser fundamental para ser um membro activo desta comunidade. Na verdade, toda a gente fala inglês. Uns melhor que outros, claro. Por um lado esperava isto, por outro não. Por um lado, sei que nos países nórdicos é difícil encontrar alguém que não o faça, por outro, pode-se por vezes esperar historiais complicados a nível escolar na população toxicodependente, taxas significativas de desistência, pelo que questionei se seria assim tão fácil comunicar.

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Hoje acordei cedo. Não me recordo, e não me recordo mesmo, de ter acordado às 9h num Domingo. Fui acordado pelo 1 (sem nomes, right?), a quem tinha pedido que o fizesse. O pequeno-almoço não seria antes das 10h30, mas tinha em mente dar uma corrida, por isso decidi acordar mais cedo. Se bem que mesmo que não fosse correr, não acordaria para lá das 9h30… Pois eis que me visto, calçõezinhos, t-shirt e long sleave, e me faço à estrada. Aguentei muito tempo, fiquei surpreendido… 8 minutos, à vontadinha!... Tive de parar porque tinha os pulmões a arder e não sentia as orelhas nem o nariz. São coisas…

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Após tomar banho, ainda havia algum tempo antes do pequeno-almoço, pelo que fiquei a ler, na sala convívio, um pouco do “Comunidade Terapêutica – Teoria, Modelo e Método”. No pequeno-almoço tive mais um “welcome” muito caloroso. Literalmente! Veio foi de parte do meu copo de vidro, onde o meu café quente se preparava para ser bebido. Não me magoei, por isso acho que posso dizer que foi engraçado. Quer dizer… andava a olhar de lado para uns ovos mexidos que se apresentavam vaidosos na mesa do pequeno-almoço, e que pouco mais tarde aterraram no meu prato. Tendo o copo rebentado ao lado desse mesmo prato, já com os ovos mexidos a morrer de medo de mim, tive de deitar ao lixo a comida, vidro não faz parte da minha dieta de Domingo. Conclusão: fui repetir, e tive de me contentar com uma colher de sopa de ovos mexidos… isto à parte do pão, geleia, flocos, essas coisas. Ah, também perdi um ovo cozido. O povo precisa de proteínas!

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Depois do pequeno-almoço, sentamo-nos todos na sala de convívio. Notei alguma confusão por parte dos utentes, e depois 1 diz-me que geralmente os lugares são aleatórios, mas que pediu, desta vez, para se sentarem por hierarquia, para eu saber onde estão colocados. A reunião é a reunião da manhã, e é feita todos os dias, pelo que percebi. Hoje, em honra ao português, fizeram-na em Inglês. Agradeci, mas ao mesmo tempo senti-me on the spot. A reunião começou com 1 a ler umas folhas onde lia coisas como o horóscopo de hoje, a citação do dia, e aniversários de estadia na CT. Pois calhou à 4, que tinha feito, no dia anterior, 11 meses de CT. Para gargalhada geral e espanto (só meu), o que teve de fazer era algo que fosse ridículo/ engraçado/ estranho/ curioso/ etc. 4 levantou-se e após os primeiros 3 minutos de hesitação, cantou, durante um breve minuto, “Killing Me Soflty” enquanto fazia a dança do robô! Calhou a 5 fazer o mesmo de seguida, pois tinha sido o “homem do dia” no dia anterior. Seguidamente, toda a gente se apresentou, dando-me as boas-vindas. É difícil memorizar o nome de 30 pessoas, mas estou a tentar.

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Após tudo isto, continuei a minha saga de leitura, na meu quarto, até que ouço bater à minha porta 2, dizendo que ia ser o meu guia pelas instalações. Com um sorriso, agradeci. Lá fiquei a conhecer todos os cantos e recantos desta CT.

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Pormenores que achei interessantes [peço desculpa se aborreço, mas este diário, mais que para quem lê, é para quem escreve mais tarde o fazer] :

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Sendo uma CT grande como é, tem uma recepção, onde está sempre, não um membro do staff, mas dos residentes, atendendo telefones, e tudo o que se costuma fazer numa recepção;

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Num dos andares de baixo, ao canto, tem uma caixa, chamada, se não me engano, Spliff-Box. Conta-me 2: “Se alguém tem necessidade de explodir, ou de ter alguma reacção mais efusiva, não o faz. Contem-se, e ao invés, tira um papel daqui [apontando para uma pilha de papéis pequenos, rectangulares, onde se lê, em Norueguês, “De”, “Para”, e “Motivo”], escreve ali [apontando para dois longos bancos com uma mesa no meio, o Spliff-Bench] e depois coloca na caixa. Mais tarde, numa reunião, os bilhetes são distribuídos para o destinatário e lidos.” – Achei interessante. Claro que é bastante nórdico, estou a imaginar os portugueses a rebentar na hora. Contudo, vale a pena reter… afinal a nossa cultura, por melhor que seja, não é perfeita…;

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Ao lado da Spliff-Box, pode-se ver outra pilha de folhas, desta feita A4, com várias linhas, e colunas onde se pode ler “Nome” e “Feito”. Não é bem isto, mas é similar. Pois conta-me o 2: “A ideia é sempre que fazemos algo, como por exemplo, levar um copo à cozinha quando alguém o deixou num sítio qualquer, apontamos aqui. No final do dia, costuma ter umas cem coisas. A ideia é de dar valor às pequenas coisas que se fazem.”;

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Perto da recepção, à esquerda, podemos ver um banco. Conta-me então 2: “Especialmente durante as fases iniciais, quando alguém está com ideias de ir embora, se sente desmotivado por esta ou quela razão, senta-se neste banco [Bench qualquer coisa] a reflectir sobre o assunto. Depois faz um registo na recepção, e o tema é abordado numa próxima reunião;

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Houve, concerteza, outros pormenores interessantes, mas referi-los-ei à medida que me for lembrando. Mas por alto, posso dizer que a CT tem:

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A casa dos homens, onde se encontra também a lavandaria [que já usei, ontem];

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A casa da frente, que alberga: o dormitório das mulheres e um pequeno pavilhão desportivo;

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Uma casa que ladeia a última, onde se encontram a recepção, os escritórios, a sala de aulas e uma data de divisões semelhantes, no rés-do-chão. No andar de baixo, se não estou em erro, está a cozinha, a sala de jantar, mais algumas divisões de que não me lembro;

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Em conexão com a casa supra referida, temos a sala de estar, mais algumas divisões, sendo uma das quais a que o meu orientador disse talvez vir a ser o meu escritório. Não que precise, o quarto serve bem, mas veremos;

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Algo que acho ser uma capela;

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Um celeiro;

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Mais duas casas, um pouco deslocadas, onde se encontram as pessoas em Fase 2.

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Sobre a Fase 2. Todo este complexo é habitado por pessoas em Fase 1, que dura um ano, e é composta, em si, por 3 fases, (Motivação, Desenvolvimento e Crescimento, Orientação para a saída). A fase 2 é mais independente, durante a qual é esperado que os residentes estejam já na escola, ou façam algum trabalho voluntário alguns dias por semana (estão 7 utentes nesta fase, e 30 na Fase 1). Na fase 3 os utentes devem já viver num apartamento encontrado e pago por si, tendo um trabalho pago ou estando a estudar (10 utentes nesta fase). Finalmente, na Fase 4, onde estão 7 utentes, se percebi bem, os utentes vão contactando a CT e visitam a mesma, creio, de 3 em 3 meses. Todo este processo dura aproximadamente 2 anos, sendo o primeiro dedicado à Fase 1.

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Não houve almoço. Nem costuma haver aos Domingos, pelo que me pareceu. Não é descabido, sendo que o pequeno-almoço é tardio e bastante rico. O que é um pouco estranho é o jantar ser às 17h. Não, não me enganei e queria escrever 7h, é mesmo às 5 da tarde. De qualquer maneira, entre estas duas refeições, aproveitei para dar uma corrida com 3, com quem, apesar deste não ser brilhante a inglês, tive uma conversa bastante interessante ao longo dos nossos 30 minutos de corrida. Fui vestido da mesma maneira, mas desta vez correu bem. Nota: Não correr de manhã. Ah, ia-me escapando. Uma actividade porreira de que fiz parte… Os residentes tinham-me dito que iam ter uma actividade qualquer (disseram-me um nome que afirmam ser chinês, mas que não recordo), à qual me juntei. Qual não é o meu espanto quando vejo uma sala com todos os utentes rodeando a Terapeuta 1 (T1), a ouvir música Tecno, e a agitar as mãos, estendidas, e flectindo os joelhos rapidamente. Juntei-me, a devo admitir que me cansei. Acho que ficamos assim uma meia hora. Depois disto, relaxamos, sentindo a energia dentro de nós, e “transferindo” a mesma para quem achássemos que podia precisar. No final, sentamo-nos em círculo, e cada pessoa disse o que sentiu.

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Depois de ter ido correr, reuni-me, finalmente, com o T2, com quem mantive contacto desde o início para vir para cá. É alguém que não é Norueguês, mas está aqui há muito tempo. Conversamos por cerce de hora e meia, conhecendo-nos um pouco melhor, e aprendendo eu também um pouco do funcionamento da CT. Fez-me as advertências da praxe, após dizer que não desconfiava da minha integridade, mas que tinham de ser feitas a toda a gente, e para eu não levar como pessoal. Não o fiz, claro. Achei-o bastante simpático, acessível, e acima de tudo alguém apaixonado pelo que faz, e que tenta tornar o mundo a better place. Achei que foi com a minha cara.

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No final, pergunta-me se estou interessado em dar uma pequena entrevista para a “Rádio TC International” (uma mailing list da Federação Europeia de CTs), ao que eu respondo “No way!”. Ele olha brevemente para mim, eu digo que estou a brincar, e partimo-nos a rir. “You couldn’t say no!”, diz ele, a rir. Quando a tiver, deixo aqui o link.

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Já comecei a ter conversas mais sérias com o pessoal, o que me agrada. Já deixamos o “de onde és” e tal, e começamos a falar de droga, recaídas, família, e afins. O que percebo e sinto em relação aos residentes, isso não vou escrever aqui. Claro que posso referir coisas mais superficiais, mas não acho que faça sentido, ainda que com identidades disfarçadas, expor a VIDA de pessoas num blog que pode ser lido por qualquer pessoa. E ainda que falando de coisas mais superficiais, tratá-las-ei por números, podendo o mesmo número, ao longo dos posts, ser pessoas diferentes, ou diferentes números a mesma pessoa.

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21h38

Fotos - 6

o xico : p ... depois de correr

gosto desta foto
a minha janela é a primeira que se vê em baixo à direita

estas restantes são dos surroundings... muito agitado, como se vê!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Memórias

Mysen, Sábado, 26 Janeiro 2008

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Estou tão pensativo hoje. Não me apetece fazer nada. Não por preguiça, mas porque me apetece pensar em sossego. Sinto algo que não costumo sentir, e isso é bom. Melhor ainda, ou mais desafiador, é o facto de eu não saber, ou não estar a conseguir, definir o que realmente sinto. Ouço a mesma música vezes sem conta. Não me farto. Não sei se será por ele começar a mesma dizendo que se fosse novo, deixaria a sua terra, e por eu estar, efectivamente, longe. Oh, tenho pena. Gostava de escrever melhor do que realmente consigo, para conseguir explicar o que vai dentro de mim. É curioso, pois não é a primeira vez que estou longe, mas o sentimento é diferente. Tento olhar para mim a cada instante, como se estivesse uma câmara num qualquer canto que me tivesse a mim próprio como operador, quem sabe num sentimento de tentar gravar algo que, com toda a certeza, recordarei para sempre. Apenas temos um primeiro dia uma vez. Bem verdade. Aparte dos clichés abusados de que todos os dias são especiais, se formos obrigados a escolher um sem saber o que o futuro trás, talvez escolhamos o primeiro. E tantas vezes, quando já tudo aconteceu, achamos sempre que não estávamos presentes o suficiente nestes momentos. A memória vai-se deturpando com o tempo, as imagens vão sendo substituídas por outras, mais novas, e fica apenas um sentimento de algo que foi bom, ou mau, mas já passou.

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Mas, de qualquer maneira, assim tudo se passa na VIDA.

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Talvez por saber isso, que efectivamente tudo passa na VIDA, esteja a sentir, neste instante, essa necessidade de estar realmente dentro de mim enquanto os segundos passam. Quero habitar-me. Quero estar dentro de mim, sentir, olhar para mim e saber que existo, e que sinto. Isso deixa-me feliz.

Norway

Sábado, 26 Janeiro, 15h28
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Acabei de chegar. Ou melhor, cheguei há 20 minutos. Depois de uma grande noite em Oslo, acordei, comi alguma coisa, apanhei o comboio, e estou em Mysen (acabei de adicionar esta palavra ao dicionário do meu word…). Ouço a Elephant Gun, e tento ganhar coragem para arrumar as minhas coisas. Sinto-me estranho, mas acho que no bom sentido.
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Quando cheguei a Mysen, andei um pouco aos tropeções tentando encontrar alguém que porventura soubesse onde era a CT. Tive sorte com a senhora da loja da estação, que fez o obséquio de ligar para as informações e pedir o número. Deixei Oslo com a ideia de que procuraria o número na internet numa qualquer loja. Pois ao chegar pergunto a uma rapariga local onde o podia fazer e esta responde-me que não conhece nenhuma loja de internet. “Hum, pode ser isto um sinal do quanto no interior estou?”, penso, com um sorriso dúbio nos lábios. “Bem, não há mais conhecer uma cultura que isto!...”, penso de seguida. Lá liguei, e lá me vieram buscar. Interessante que o primeiro contacto que tive com esta comunidade disse-me imediatamente o quão diferente seria da CTAI. É que quem me veio buscar, de carro, foi um residente.
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Quando cheguei, tornou-se oficial esta ideia que tinha do quão diferente seria. Não me interpretem mal, toda a gente sabe o quanto adoro a CTAI, mas parece-me que aqui as condições são outras. Fui encaminhado pelo utente até ao meu quarto (“Not a big room, but…”) e sorrio, por dentro, ao ver um quarto que, apesar de não ser do tamanho do que tinha na Finlândia, agrada. Acho que não sou muito exigente nestas coisas… Tem uma cama, uma mesinha e uma cadeira em frente. À direita, ao fundo, uma secretária com um candeeiro simpático, onde antevejo muitas horas de escrita; e finalmente, também à direita, mas à entrada, um lavatório. Não preciso de mais. Ah, e uma janela nem por isso pequena, que me apresenta, do outro lado, o verde do jardim, o castanho de algumas árvores e, ao fundo, o vermelho dum enorme celeiro.
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Depois de conhecer as habitações que me aguentarão pelos próximos 6 meses, sentei-me na cama. Estático. A minha mente esvoaçava. Por um lado, pensava onde estava. Apesar de ainda na Europa, sinto-me distante. Não só por não estar na cidade, mas também, e talvez especialmente, por estar on my own. Não há amigos de Erasmus no quarto seguinte, não ninguém com quem possa falar a nossa língua em lado nenhum. Acho que
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[Acabam de bater à minha porta. Ao abrir, vislumbro um rapaz de cabelo preto espetado e olhos azuis, que me diz, com um sorriso, “This is for you!”, ao entregar-me um livro onde posso ler “Teach yourself Norwegian”, o que era exactamente o que precisava. Diz-me ser dos EUA, e que pode ser o meu professor de Norueguês, pois sabe os passos que é necessário dar. Sorrio e agradeço. Gosto de pessoas. Diz-me que o jantar é às 18h (Norte…) e despede-se]
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é necessário este tipo de experiências. Ajudam-nos a perceber melhor o nosso próprio funcionamento e a testar e perceber os nossos próprios limites. Não que isto seja uma experiência radical, não estou propriamente a trabalhar no Sudão, com refugiados, mas é, em si, uma experiência nova. E isso vale por si só. Pensava há pouco que não existem más experiências… depois pensei outra vez e percebi que não é bem assim. Simplesmente acho que, ainda que uma experiência corra mal, há sempre algo a reter, a aprender.
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Não tenho internet, o que não é muito bom. Há internet no escritório, e mais tarde averiguarei se posso dispor sempre que quiser. Pensava há pouco que, apesar de ter o salário minúsculo que tenho (para quem está num dos países mais caros do mundo), se puder ficar aqui na CT os 6 meses, e se não pagar também comida, posso ter sucesso em ter a minha primeira experiência como independente dos pais financeiramente. Posso até, quem sabe, comprar um daqueles aparelhos de internet 3G. A ver vamos.
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Ontem
Ontem fui acordado por Sam e Olívia, que se queriam despedir. Tinham de ir pois iam ter um teste de português. Disse-lhes que adorei tê-los conhecido, o que é bem verdade, e agradeci tudo o que me deram, sugerindo que me dessem uma oportunidade para “devolver” um dia em Portugal. Passado mais ou menos uma hora despedi-me de Luke, que ainda insistiu para eu ficar para a festa, e de Max, que me disse que não seria o mesmo sem mim, ao que fui obrigado a responder dizendo que apenas estive lá uma semana. Cheguei bastante cedo ao aeroporto, pelo que tive de esperar umas horas. Levanta voo, aterra. Noruega! Pela janela do avião, momentos antes, não conseguia perceber se nevava ou não. Achei curiosos os meus próprios sentimentos, pois por um lado queria que nevasse, por outro lado não. Talvez dum lado estivesse o meu cérebro, que sabe que a neve é muito bonita e tudo, mas cansa e dificulta; do outro lado o meu coração, que apenas fixa a parte da neve ser muito bonita e tudo, e também, talvez por almejar algo o mais diferente possível. Conclusão, vê-se alguma neve, mas o tempo não está… nevoso (?)… Após ter levantado dinheiro, já que não havia nenhuma loja de câmbio para os meus 50 euros, apanhei o autocarro, e estava em Oslo às 23h25. Não sabia se a minha anfitriã, que me respondera nesse mesmo dia, estaria em casa, pois tinha dito que ia sair, pelo que eu estava um pouco na dúvida. Ainda assim, após andar às voltas com duas malas pesadíssimas à procura do sítio onde apanhar o autocarro, lá segui as direcções até sua casa. Um rapaz que conheci na paragem disse-me onde deveria ir e assim, passado um pouco estava em frente ao seu enorme e moderno prédio. Passava um segurança, que me abriu a porta, e subi até ao oitavo andar. Mal abro o elevador, vejo passar alguém no corredor que me parecia ser Marie. Era mesmo. Estavam a ter uma festa qualquer, e perguntou se eu queria sair. Como eu nunca digo que não a estas propostas, e apesar de ser já meia noite, fui buscar uma garrafa de vinho que comprara no aeroporto, e juntei-me à festa. Tinha muita gente de outros países, e o pessoal era todo muito porreiro. Fomos de seguida a um bar bastante underground, onde se pagava apenas 6 euros para entrar e a cerveja (33cl) custava “apenas” 6 euros. Portugal – 1 euro por 33cl; Liverpool – 4 euros por 50cl; Noruega – 6 euros por 33cl. It’s Evolution Baby! De qualquer maneira, a música era fantástica, dum house não muito suave, mas não muito agressivo. Gostei mesmo de lá estar, e começou a nascer, acho eu, uma paixoneta por Oslo. Veremos…
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Bem, vou arrumar as minhas coisas…

Fotos - 5 - Quarto

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Liverpool 2 - Aston Villa 2

Liverpool 2 - Aston Villa 2

Segunda-Feira. Era o dia em que saberia se veria, ou nao, o jogo... Liverpool-Aston Villa. Pois sendo que o jogo era nesse mesmo dia, parece-me bastante obvio que assim o fosse. Acordei, e apos os afazeres do costume, pus-me em direccao ao centro. Sai de casa as 14h. La, apos a busca pelo autocarro perdido, la o encontrei, e o estadio era entao o destino. De reter que, ao perguntar a um transeunte onde apanhava o autocarro para o estadio, esta gentil alma virou 180 graus em relacao a onde ia, e andou comigo por 15 minutos, so para me mostrar onde era. Pelo caminho ainda fomos buscar um mapa. Gente simpatica esta do Norte... Se calhar eh assim em todos os paises, :)
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Quando cheguei ao estadio, sentia ja aquela energia crescente que antecede um jogo de futebol. Foi com prazer que ouvi a senhora a quem pedi ajuda dizer que ainda havia bilhetes. Ainda assim, recordei-me da minha outra amiga de CS, que tinha ficado de me arranjar um bilhete, e decidi ligar-lhe. Concerteza nao seria agradavel ter de pagar 2 bilhetes... Ainda bem que o fiz, pois ela, de facto tinha. A noite estava gelada, o Vento irrequieto, e ao abrigo destas condicoes esperei uma hora por ela, que chegou, para cedo partir, ja que nao ia ficar. Simpatica. Paguei 50 euros. Parece um bocado, mas nao è das oportunidades que surgem a dancar à nossa frente no dia a dia.
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Entrei muito cedo para o estadio, e por isso, mais uma hora e meia de espera. Ah!, antes de entrar fui apostar 5 Libras no Liverpool com desvantagem de 1 golo. Lucrava 9 Libras. Tudo parecia bem, o Liverpool ganhava 1-0, ate que em 5 minutos o Aston Villa marcou 2 golos. Espetacular a reaccao dos adeptos adversarios, que se encontravam a uns escassos metros de mim. O Liverpool la empatou no fim, e apesar de ja ter dado a minha aposta como perdida, achei interessante a maneira como estava a torcer por eles. Acho que me deixei ir no clima. Agora a apreciacao... Muito porreiro mesmo. Ao passo que os adeptos portugueses gritam mais quando ha golos, ou (in)justicas, os adeptos ingleses fazem-no mais frequentemente, à mais pequena coisa, e entao aqueles 20 minutos finais, em que o Liverpool perdia, foi fantastico. Nao è uma apreciacao "gratuita", falo com conhecimento de causa.
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Na Terca-Feira tambèm foi um dia muito interessante. Fui ter com o Sam (que neste momento toma banho e presenteia os demais com uma qualquer cancao) as duas da tarde ao centro. Fomos ver a catedral e o cemiterio que a ladeia, ambos bastante bonitos (mais o cemiterio). Pelo caminho ainda passei pela casa do John Lennon. Apos isto fomos ter com 2 amigas de Sam, que se encontravam no Belvediere. Estudam tambem Estudos Latino-Americanos, portanto tambem aprendem Portugues. Ficamos nesse pequeno e acolhedor bar, que nos aquecia atraves duma pequena lareira, por cerca de 3h. Apos isto fomos jantar. Hamburger Havaiano, por 5 euros, foi o que aterrou no meu estomago.
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A dada altura chegou Olivia, e fomos, de seguida, comprar umas cervejas, para levar para o Mello Mello, o bar de Ocupas para onde podiamos levar os nosssos proprios "elixires". Estivemos ai por 2h, creio, e de seguida fomos para o Ca Va, onde a Tequilla era a 1 Libra. Toda a gente estava ao rubro, foi uma grande noite. Ainda fomos para outro bar com musica Jazz ao vivo, e finalmente, no final da noite, apanhamos um taxi e fomos para uma After Hours House Party.
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Quarta. Nada.
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E eis que hoje è Quinta, e ja vou amanha. O que è pena, pois amanha vai haver grande festa aqui. Ja estivemos a discutir algumas estrategias para eu perder o aviao, como eles amarrarem-me ou assim. O pior è que os meus colegas de trabalho so me podem ir buscar no Sabado, e indicaram-me um hotel supostamente barato onde posso ficar Sexta. Este barato significa... 120 euros. Exactamente por isso, por ser tao barato que ate me sentia mal, estou a tentar arranjar estadia em Oslo para essa noite.
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Bem, hoje devemos ir à praia, que aparentemente tem umas esculturas muito porreiras. Os ultimos momentos de Chill Out, antes de comecar a dar no duro.
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Cheers!

Fotos - 3











rua da "nossa" casa