sábado, 29 de março de 2008

Mysen, 29 Março 2008

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Bom dia. Sábado chegou, trazendo consigo um par de horas extra para ficar na cama. Talvez por ter vindo a acumular algum sono residual do fim-de-semana passado, hoje Sábado trouxe consigo não um par mas dois pares de horas extra. Também ajudou, concerteza, o facto de me ter deitado mais tarde. Tenho a culpar Catarina, que me falou de Californication, série a que me viciei, e ao meu gosto pela escrita, que me fizeram alongar as horas para lá do normal. Efectivamente, ontem pus-me a contar o que tenho escrito. Ora tenho a dizer que, desde Outubro (quando publiquei “Estórias em Vão”) escrevi, entre estórias, dois romances e o diário a Noruega, a módica quantia de 400 páginas! J Nada mau! Tenho escrito umas estórias que fogem um bocado ao estilo normal, e em conversa com a Graciete, esta perguntou porque não punha num livro essas estórias com o mesmo estilo. De início foi pronto em dizer que não, mas depois, ao correr, deitei-me a pensar, e questionei-me sobre o sentido que faria estas estórias no meio das outras… Meio a brincar mas, meio a sério, pensei em dar, como título, a este eventual projecto… “Estórias da Arca do Velho”. Que acham? De qualquer maneira, quero concentrar-me no romance antiguinho, que comecei há uns anos, e que tem de acabar. As ideias sobre um final começam a assentar na minha cabeça… Quando cheguei à Noruega tinha 125 páginas e de momento tenho 185. Se pensar que é uma páginas por dia, parece pouco, mas se pensar que se assim fosse sempre escrevia 365 por ano, é óptimo!

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Quinta-Feira, de diferente dos outros dias teve a tarde, em que estive com o orientador um bocado no meu escritório. Ele estava com uns problemas com uns documentos no seu computador, e estive a ajudá-lo a levar a bom cabo o seu objectivo. Sim, é verdade, durante a manhã estive cerca de uma hora à conversa com Tr, com quem ainda não tinha “estado de estar” desde que partira para terras lusas. Conversamos muito acerca da liberdade, e de como todos desejamos ser livres, mas na altura de decidir, renunciamos. Acho que, infelizmente, é verdade. Para além de ser um conceito um tanto ao quanto difícil de definir, acho que com a liberdade vem esse terrível pormenor que é o desconhecido… E como seres humanos que somos, e apenas humanos, morremos de morte do desconhecido. Talvez por isso, sem saber, renunciemos vezes sem conta a ser realmente livres, com medo do que poderia acontecer caso, simplesmente, nos arriscássemos a… querer mais. E passa por quê, ser livre? Não sei, acho que depende de cada um de nós, assim como depende de cada um de nós a maneira como renunciamos a isso… passiva ou activamente, consciente ou inconscientemente…

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Tenho andado a tentar falar com Ta para definirmos o meu novo plano, mas disse-me que tinha umas reuniões, e marcamos para Quinta da semana seguinte. Porém, ontem após a reunião da casa disse-me que poderia falar com Th Segunda e planearíamos tudo. Melhor ainda, pois Th é com quem mais tenho confiança aqui. E com Tr, mas é uma relação diferente. Essa reunião da casa foi um pouco emotiva. Fruto de tudo o que tem acontecido, houve lágrimas, discursos apaixonados, reprimendas… Enfim, tudo isto deduzi da intensidade colocada em cada palavra, e não no seu conteúdo, que era tão fácil de ler como um cego chinês ler um poema português… Sim, e por falar em discurso apaixonado, nessa manhã, durante a reunião de equipa, vi Tr a exaltar-se bastante, sem ser, claro, violento. Simplesmente tudo se calou para o ouvir falar decidido, com uma linguagem gestual a adornar os efeitos das suas palavras. Não sabia o que estava a ser dito, e apesar de apanhar a vibração era mais difícil perceber o conteúdo. No final, quando enchíamos, na sala da administração, uma caneca de café, Tb passa por nós e diz “obrigado” a Tr, o que confirmava a ideia que tinha, fruto de observar a cabeça dos ouvintes a abanar ligeiramente, em sinal de concordância. Quando lhe pergunto o que se tinha passado, diz que discutiam o caso de Tiago, que parece, basicamente, não ter emenda. A Felowship (residentes) está a desistir dele, já não ligando quando ele faz isto ou aquilo mal, e torna-se difícil saber o que fazer com ele. O que Tr alertou foi para o facto de estarmos numa CT, e no imperial que é usar a Comunidade como método (um dos alicerces do modelo), não desistindo. Mais tarde perguntou-me o que achei do seu discurso apaixonado (como eu própria lhe tinha descrito) e eu disse que me tinha sentido um bocado incomodado, provavelmente muito por não saber o que se passava. Não ameaçado, mas incomodado.

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Hoje passei a tarde ora em escrita ora a ver Californication, que já acabei e recomendo. Quero ver se arrumo o quarto, mas não está fácil…

3 comentários:

Catarina M disse...

Pelo menos desta vez sou culpada de algo fabuloso! =) Só para deixar o thumbs up no título! Muito bem escolhido!
Beijoca!

Anónimo disse...

:) Fico contente por veres mais um novo projecto a surgir com essas tuas novas estórias viradas para o "fantástico"! Isto claro, se não deixares para trás o que tens vindo a escrever e muito bem! Quanto ao título proposto, gostei muito, e acho que se adequa muito bem! :) Um beijo muuuito graaande §

Anónimo disse...

Esqueci-me assinar... eh eh eh §

Mas acho que sabes que sou eu... :)

Graciete §