terça-feira, 25 de março de 2008

Mysen, 25 Março 2008

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Hoje acordei ainda meio cansado. Eventualmente será algum cansaço psicológico que também se faz sentir. É que desde o primeiro momento em que cheguei é como se a cada segundo fosse bombardeado com informação que deixa algumas mazelas… Faz parte de fazer parte duma CT. Para o bem e para o mal. Se nos sentimos felizes com sucessos, que direito teremos de nãos nos sentirmos tristes com insucessos?... Trabalhar com pessoas, com relações humanas é trabalhar na incerteza… Não só nunca temos a certeza se o que estamos a dizer está certo, como nunca temos a certeza do que vai acontecer. Por um lado, isso traz um certo gosto, pois como há sempre a hipótese de algo poder correr mal, faz com que mais nos esforcemos para que não aconteça… mas por outro, por vezes acontece.

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Hoje de manhã, completamente espontaneamente, disse uma frase que considerei engraçada, e que nunca tinha dito. Após ter acordado, lavado os dentes e pegado na toalha, dirijo-me aos chuveiros, onde realmente começaria o dia, já que não há como sentir a água passear no nosso corpo para sentir os olhos abrir… Pois ao entrar, olho pela janela… Como não tinha ainda aberto a janela do meu quarto, a surpresa foi maior… Os meus olhos deparam-se com grandes flocos de neve a cair a toda a velocidade no chão já de si imaculado, e os meus lábios apenas soltam, baixinho… : Hei… como ela neva… – sim, eu sei. Eventualmente não terão achado piada nenhuma, mas eu parti-me a rir.

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Após o pequeno-almoço, tivemos a reunião matinal. Esta foi carregada de risadas, mas eu senti-me mal. Não indisposto, mas senti-me mal, porque sabia algo que eles não sabiam, mas como não podia dizer, nem queria dar a entender que algo se passava, tinha de forçar um sorriso que me custava duma maneira que não consigo descrever. Após esta reunião, reuni-me com o staff, na reunião que geralmente sucede à reunião matinal. Aí tomei conhecimento de mais coisas que se tinham passado.

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O resto da manhã, passei-a no escritório a ler o livro sobre entrevista motivacional, até que fui ao quarto buscar o que tinha trazido de Portugal, e me entretive durante cerca de uma hora a dispor tudo na mesa, com uns post-its ao lado a explicar o que era. Se na noite anterior tinham apreciado o gesto de ter apresentado na refeição da noite os queques feitos pela Graciete, hoje ainda mais agradecidos ficaram. Tinha: 4 tipos de chouriço, queijo, presunto, trança, pastéis de feijão, chourição fatiado. Depois do almoço, tive cerca de duas horas com Ts e os residentes da fase de motivação no seminário. Após isto, estava eu no meu escritório a ler o TCC, e aparece o orientador, dizendo que ia haver uma reunião extraordinária na sala do grupo, de que deveria fazer parte. Não vou dizer o que se passou nessa reunião, mas foi forte. De facto, comentava eu com Th que, apesar de saber que não falaria na mesma, sentia-me nervoso. E sentia-me. Uma adrenalina latente.

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É curioso que quando mais se passa é quando menos posso escrever.

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