quarta-feira, 23 de abril de 2008

Mysen, 22 Abril 2008

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Olá Pedro! Digo eu, consciente de que eventualmente serei a única pessoa que ainda sabe que este blog existe. Sim, a culpa é minha. Expulsei alguns fiéis leitores com poucas visitas aos seus blogs, e outros com o simples facto de ter textos que nunca mais acabam…

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Pois no último fim-de-semana fui visitar Oslo mais uma vez. Parti com o sentimento de que me começava a fartar, esta capital, mas voltei sentindo algo adverso… Lembro-me agora da péssima ideia que tinha de Helsinki, ideia essa que nem por isso confirmei (apesar de continuar a achar que não é nada de mais) quando voltei pela segunda vez. Pois acontece que da primeira vez estava um tempo terrível! Não nevava nem chovia, e o céu estava cinzento, muito cinzento. E isso fez com que não gostasse nada da cidade. Acho que o mesmo se passa, ou se passou com Oslo. Claro que, como esta cidade é melhor que Helsinki, não tinha propriamente uma opinião negativa, mas não muito positiva.

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Neste fim-de-semana, como nos últimos dias, o tempo esteve bestial, e isso fez-me deixar Oslo com vontade de não o fazer. E mesmo com vontade de ficar por cá mais uns mesitos, com um quarto arrendado na capital e um emprego temporário na Comunidade. Foi um fim-de-semana porreiro. Deixei Mysen com T. Álvaro e Vânia na Sexta depois do almoço, pois esta residente tinha uma consulta no dentista em Oslo, e depois ficaria numa Comunidade nessa mesma cidade para um encontro feminino de várias mulheres de várias Comunidades. Enquanto esta estava no consultório, eu e T. Álvaro compramos um McFlurry e sentamo-nos numas escadas, a apreciar o sol de Abril e ver a VIDA citadina, para variar e contrastar com o aborrecimento, ultimamente até atraente do campo… em Mysen. Digo ultimamente até atraente pois pensando bem… a paisagem que me rodeia é bastante bonita, e completamente… norueguesa. Imaginem vastos campos a perder de vista, mudando ao longo dos quilómetros por onde se estendem, de declive, como suaves ondas do nosso país… Por vezes, ao invés de verde, os campos pintam-se de beje, como se minúsculas cearas de trigo albergassem. Para retirar a monotonia ao que os nossos olhos alcançam, vemos, de quando em vez, uma casa, ou um celeiro, feitos de madeira e geralmente vermelhos. As árvores, essas, não se pode dizer que sejam variadas. O mesmo tipo de árvores polvilha quase a totalidade dos arredores. Bem, perdi-me agora um pouco nesta descrição de algo que já considerei… chato. Para dizer a verdade, simplesmente talvez não seja tão bonito quanto o que vemos mais a norte, com lagos e fiordes a abundar, e montanhas imponentes a assustar… Mas ainda assim, apesar de talvez não ser assim tão bonito, tem o seu encanto… Porquê estar sempre a colocar as coisas em primeiro em segundo?... Faz bem falar em absoluto de vez em quando…

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Depois de deixarmos Vânia na Comunidade, fomos até casa de T. Álvaro, onde o objectivo era o mesmo que tínhamos da primeira vez em que o visitei, e o desfecho foi semelhante… Íamos apenas descontrair e conversar um bocado, e após algumas horas de conversa na sua varanda, ele acabou por vir comigo para casa da pessoa que me albergaria nesse fim-de-semana. Falo de Flávio, que conheci na festa em casa do Iraniano quando fui a Oslo na vez anterior a essa. Por ali permanecemos umas horas, a curtir uma Sexta à noite, e acabamos a noite a saltitar de bar em bar. A noite seguinte foi semelhante, mas sem T. Álvaro. Flávio é uma pessoa interessante, inteligente e porreira, e achou o mesmo de mim, pelo que disse que posso, à partida, ficar sempre em sua casa quando for a Oslo. Fixe. Todavia, creio que no próximo fim-de-semana em que deixo a Comunidade irei a Gotenburgo. Ainda não sei bem…

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Domingo, após tomar banho, pequeno-almoço (apesar de ser uma da tarde), vi um documentário de 40 minutos no computador de Flávio sobre um inglês que sabia de cor o PI até 25 mil números. Dito assim parece super aborrecido, mas foi porreiro. Pois visto isto, deixei a sua casa, e vim para casa de T. Álvaro, onde me esperava um par de horas no mais puto ócio a ver televisão à espera do sono. O dono do apartamento apareceu às seis e tal da manhã, não vindo da noite, mas vindo de casa de sua namorada para tomar banho e preparar-se para ir trabalhar. Sacrifiquei uma hora de sono ao dormir em sua casa, mas poupei os 15 euros que gastaria no comboio. Acho que vale a pena, apesar de ter andado com sono o dia todo.

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Hoje já é Quarta. Ontem tinha algo para fazer e acabei por não acabar o post. Se quando cheguei aqui, às quatro da tarde já era de noite, o que pode ser muito deprimente, agora, às nove e pico, por exemplo, o sol já se pôs, mas o céu tarda em ganhar a cor negra. E ainda faltam dois meses até os dias pararem de crescer! Diabos me levem senão vou ver o sol da meia-noite! Nem que tenha de subir um pouco para norte. Mas aqui onde me encontro, no sul deste país nórdico, não duvido que em Junho, ainda que não veja o sol da meia noite, haja noites em que não anoitece… Gostei desta frase. Na Segunda-Feira reuni-me com T. Luísa e T1 e falamos um pouco acerca do meu plano. No dia seguinte fizemos o mesmo, e ideias interessantes surgiram… como eu, enquanto psicólogo, e o único nesta CT, posso contribuir, sem ir contra o método adoptado. Isto pois aqui não apreciam sobremaneira consultas individuais, ou mesmo explorar muito a infância, por exemplo. Isto apesar de, pelo que me parece, pelo menos este último tema, tenha os seus momentos de existência de vez em quando. Mais do que pensam, penso. Surgiu a ideia de eu preparar alguns seminários (actividade muito popular por aqui) em que podia explicar um pouco acerca do funcionamento mental. Pensei, por exemplo, que falar dos mecanismos de defesa pudesse ser algo interessante e útil.

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A minha estadia vai continuando a acontecer em picos de diferentes estados. O mais frequente é sentir-me bem, mas se me sinto sem ter nada que fazer durante três dias, isso, mais tarde, ao meu lembrar, aparece lado a lado com três semanas em que me senti bem. Engraçado, apenas agora penso nisso. É verdade. Detesto sentir-me sem nada para fazer, e partilho quando sinto isto. O que lhes digo é que ganho o mesmo quer trabalhe, quer não trabalhe, mas prefiro trabalhar. Também vou trabalhar algumas noites, quando a pessoa que aqui esteja seja alguém que fale bem inglês e com quem eu costume estar. Isto para, mais tarde ser eu a gerir algumas noites ou fins-de-semana.

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Os dias têm estado muito bons, como acho que já disse. Sabe bem, assim, andar por aí com o sol como companhia e sem sentir os seus raios queimarem-nos a pele. Talvez seja o meu clima. Céu limpo, e fresquinho. O fresquinho que até nos permite andar com um casaco leve, mas que eu gosto de viver com uma t-shirt.

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Abraço.

4 comentários:

Anónimo disse...

Coitadinho! Estás enganado. H´muita gente que lê o teu blog. Interessante. Faz querermos ver esse verde em 1ª mão

Anónimo disse...

:) eh eh ...
já falei contigo entretanto, mas para que fique registado que não és o único a ler o teu próprio blog, cá vai um comentariozinho! :)

Um beijo § Graciete

Anónimo disse...

Eh pá. N desmoralizes. Sou um leitor fiel do teu blog. Continua.
Tony

Anónimo disse...

hey hey ... eu leio . :)