terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Snow Trip - 1

Lillehammer, 29 Janeiro 08, 23h28

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Uma coisa que me esqueci de referir ontem e que me deixou um pouco admirado. Estava eu não sei onde, e dizem-me que o técnico 1 (T1) queria falar comigo. Vou ao encontro do mesmo, e vejo uma pessoa de 70 anos a subir as escadas, vindo na minha direcção. Apresento-me, diz que quer falar comigo, e diz-me para o seguir. Abre um armário, de onde tira uma catrefada de porta-chaves com o símbolo da Phoenix, que me entrega. Até então estava a parecer-me alguém não muito simpático… pois sigo-o, sentamo-nos no escritório, e começamos a conversas. Diz-me que se reformou há 6 anos, mas de vez em quando vem fazer noite à CT, quando lhe pedem. Fala num inglês perfeitamente compreensível, o que é admirável para uma pessoa de 70 anos, creio. O mais admirável é quando me diz que trabalhou cerca de 50 anos, tendo começado aos 14 anos! Nesta altura penso que estes gajos já devem vir com um chip de inglês na cabeça! Deu-me a chave do quarto, dizendo que ninguém me roubaria nada, mas para ainda assim o manter fechado, mas isto depois de conversarmos sobre a sua reforma, as suas viagens de mota pela Noruega, cidades, os Jogos Olímpicos de Inverno e outros assuntos. Gostei do homem…

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Sobre a CT e o seu funcionamento, 2 pormenores que me esqueci de referir quando a descrevi. Concerteza muitos ainda virão… O primeiro é o facto de, no andar de baixo do edifício principal ter uma pequena árvore de madeira pregada na parede. Até aqui tudo normal. O engraçado é que, pendurada na mesma, dentro da parte verde, estão umas 40 plaquinhas em forma de folha, representando cada folha um residente. Nenhuma representa nenhum em particular, mas todas representam todos. As folhas têm dois lados: um verde, naturalmente, e um amarelo. O objectivo é quando um residente acha que se sente num mau período pega numa folha e vira-a ao contrário, ficando do lado em que está amarela. Mais tarde discutem e conversam sobre o assunto. A árvore que vi tinha duas folhas amarelas. Outra pormenor interessante é o facto de cada utente ter um “irmão mais velho”, e mais tarde terá um “irmão mais novo”. Já tinha lido sobre isto. Apesar de toda a gente ajudar toda a gente, o irmão mais velho é aquele que dá a ajuda extra, que tem atenção extra… ah, e partilham o quarto.

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Hoje.

Hoje o despertador começou a chorar às 7h30. Com jeitinho, dei-lhe um toquezinho, e pedi para me lembrar um pouco mais tarde. Acedeu, e lá acordei às 8h. Deixamos Mysen por volta das 12h. Era para ir com 1, para na viagem me ensinar NR, mas quando chegamos ao autocarro não havia já lugares duplos, pelo que fiquei num sítio qualquer. Vi um filme quase todo durante mais ou menos uma hora e meia (Domino), mas não acabei porque era um bocado confuso, e nem sempre conseguia ouvir, pelo que se perdia o fio à meada rapidamente. Foi porreiro reparar que, quase quilómetro após quilómetro, a neve aumentava um centímetro. Isto tudo até chegarmos a Lillehammer. Ao chegar, aponto a minha vista para cima, e vejo descidas enormes, com uns pequenos pontos, lá ao fundo, a descer as pistas como se nada fosse.

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Fomos para o Hotel, que apesar de não ser sumptuoso, era agradável. Gostei do meu quarto, que era bastante grande, e tinha uma paisagem muito porreira. Verdade seja dita, seria difícil não ter, já que para onde quer que se olhasse ali, ver-se-ia neve e montanha.

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Depois de nos instalarmos reunimo-nos para jantar, e após isto reunimo-nos numa sala para nos apresentarmos. Isto porque estava toda a gente do programa, desde a Fase 1 à Fase 4, sendo nós cerca de 50. Comecei a dar os meus passos em NR e apresentei-me na mesma língua. Claro que só disse ser o Pedro e vir de Pt, mas pronto. O resto da noite passou-se na sala, entre conversas aqui e ali, até que fui para o quarto.

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